Plantio de árvores, reunião-almoço e Fórum com apresentação de demandas regionais marcaram a terça-feira (25). Lideranças locais participaram da programação para buscar soluções que auxiliem a região.
Lajeado – O Dia Nacional do Associativismo é celebrado em 30 de abril. Para marcar a passagem da data, a Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil) e a Câmara de Indústria, Comércio e Serviços do Vale do Taquari (CIC-VT) realizaram, em parceria, programação alusiva nesta terça-feira (25). As atividades contaram com a participação do presidente da Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul), Rodrigo Sousa Costa.
Ao todo, a ação de plantio de árvores em Lajeado, reunião-almoço (RA) e o Fórum Macrorregional da Federasul reunindo o Vale do Taquari, Rio Pardo e Jacuí Centro movimentaram mais de 150 pessoas.
Plantio de Árvores
As ações alusivas à data iniciaram no Parque Ney Santos Arruda, onde foram plantadas três mudas de árvores. O plantio foi realizado pelos presidentes da Acil, Graciela Ethel Black, da CIC-VT, Ivandro Carlos Rosa e pelo vice-presidente regional na Federasul no Vale do Taquari, Renato Lauri Scheffler, próximo à orla do rio Taquari.
As mudas nativas de guajuvira, araçá amarelo e ipê amarelo foram escolhidas por auxiliarem na recuperação de áreas degradadas e serem utilizadas em ações de reflorestamento, preservação ambiental e arborização urbana.
De acordo com os presidentes, a vida das árvores representa exemplo de associativismo. “Nossas entidades são como as árvores. Elas precisam ser cultivadas para que possam ter a força necessária para continuar florescendo”, destacaram.
A ação foi acompanhada pelo prefeito de Lajeado, Marcelo Caumo, presidente da Câmara de Vereadores, Paula Daiana Thomas, e pelo vereador Deolí Gräff.
Reunião-almoço
Ao meio dia, o presidente da Federasul foi o palestrante da RA promovida, de forma conjunta, pelas entidades. O evento contou com a participação de mais de 90 pessoas. Em sua exposição, ele falou sobre a atuação da Federação no Rio Grande do Sul. De acordo com Sousa, a entidade conta com mais de 170 associações filiadas e visa gerar impacto na vida dos gaúchos através do associativismo. “A Federasul conta com um exército de lideranças voluntárias que buscam, no Estado, o bem comum”, destacou.
Sousa contextualizou a situação econômica do país e do Estado, e reforçou que o trabalho da Federasul visa gerar boas condições de trabalho para quem produz e gera riquezas. “Temos um associativismo pujante e ativo. A face mais visível da Federasul é a busca pela desburocratização dos processos para nossas empresas. Não temos ideologia política. O que importa para nós é o fortalecimento da economia”, afirmou.
Sousa comentou ainda que toda a atuação da entidade está ligada aos valores morais das lideranças que estão à frente dos trabalhos. “Nossas lideranças estão sempre alinhadas. Em relação à política, nós apoiamos ou nos opomos, pois levamos em consideração o bem comum”, declarou.
Parcerias
Ao final de sua exposição, Sousa falou que a Federasul está preparando, junto com as demais federações empresariais, uma parceria para trabalhar em conjunto em prol das demandas do Sul do país. “Juntos, a Federação do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e do Paraná contam com mais de 600 entidades filiadas. Com esse grande exército, vamos conseguir mais força e visibilidade na hora de apresentar as demandas do Sul. Essa força associativista é capaz de mudar, para melhor, a realidade das nossas cidades”, finalizou.
Na abertura da RA, os diretores de relação com o associado e desenvolvimento associativo da CIC-VT, Tania Maria Schardong e Claus Humberto Wallauer, falaram sobre as comemorações do mês do Associativismo. “Estamos realizando uma série de atividades durante o mês de abril. Nossa intenção é engajar cada vez mais as pessoas ao movimento associativista, pois ele traz crescimento e desenvolvimento para as comunidades”, comentaram.
A RA teve o patrocínio de Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Cooperativa Certel, Excellence Garçons, Fruki Bebidas, Grupo Independente, Imojel Construtora e Incorporadora, Kappel Imóveis, Olicenter Informática, Rhodoss Implementos Rodoviários, Sicredi Integração RS/MG, Supermercado STR Lajeado, Tecnosom Sonorização e Unimed Vales do Taquari e Rio Pardo.
Demandas
Durante o fórum, o presidente executivo da Cooperativa Dália, Carlos Alberto de Figueiredo Freitas, falou sobre a situação das empresas que trabalham com proteína animal. Ele citou o caso da Cooperativa Languiru e comentou que a situação enfrentada pela empresa é fruto da crise no setor. “A dificuldade em conseguir grãos e o alto custo com transporte provoca uma série de dificuldades para as nossas empresas”, comentou.
Ao entregar uma carta com solicitações, Freitas comentou que as principais reivindicações são de que o governo do Estado ofereça subsídio no transporte de milho que vem do centro do Brasil e que o governo federal ofereça linhas de financiamento para capital de giro a longo prazo. “O alto custo com transporte e as linhas de financiamento a curto prazo nos tiram a competitividade em relação à outros estados”, comentou.
Segundo Freitas, atualmente, 58% do frango consumido no Rio Grande do Sul vêm de outros estados. “O custo que o Rio Grande do Sul tem para o transporte de grãos é extremamente alto. Outras regiões do país não têm esse custo ou contam com benefícios do governo”, finalizou.
Outra demanda apresentada durante o fórum foi em relação à logística. Representantes da Vale Log, cooperativa de transportes, comentaram que o Estado cobra uma taxa de cerca de R$1.500,00 para os veículos do tipo bi-trem possam circular nas rodovias estaduais. No Paraná, essa mesma taxa é de R$56,00. “É uma diferença significativa entre um Estado e outro. Para obter essa licença, o Rio Grande do Sul pede 30 dias, enquanto no Paraná são apenas três dias”, comentaram ao explicar que essas situações agravam os negócios dos empreendedores.
O presidente da ACI Santa Cruz do Sul, César Cechinato, fez uma breve exposição e falou sobre algumas demandas do Vale do Rio Pardo. As reivindicações da região envolvem principalmente a questão logística. De acordo com Cechinato, a viabilidade de um terminal portuário e a transformação do aeroporto de Santa Cruz do Sul em um terminal regional tendem a contribuir para o crescimento das duas regiões.
“Juntos, os dois Vales agregam um grande PIB regional. Unidos, os Vales do Taquari e Rio Pardo conseguem força para ter, pelo menos, um vôo diário para São Paulo”, comentou ao dizer que essa conquista tende a facilitar a rotina dos empreendedores da região.
Após receber as demandas, Goezler e Scheffler explicaram que os resultados das reivindicações dependem também da força empenhada pelas regiões. “Para termos resultados extraordinários nos próximos meses, depende de nós. Precisamos começar a fazer a diferença e contar com pessoas engajadas, com vontade de fazer acontecer”, concluíram.
A última exposição do Fórum foi feita pela presidente do Conselho da Mulher Empreendedora (CME) da Federasul, Simone Leite. Ela abordou o tema “A força da mulher empreendedora” e destacou o espaço que vêm sendo conquistado pelas mulheres. “Aos poucos, estamos conseguindo as coisas. Nós, mulheres, podemos tudo aquilo que quisermos. Antes isso era praticamente impossível”, comentou.
Ela destacou a importância de as entidades oferecerem ambientes onde mulheres possam se fortalecer profissionalmente. “Não queremos nos igualar aos homens. Queremos um espaço onde seja possível mostrar o nosso potencial, pois hoje uma grande parte do empreendedorismo do Estado é feminino”, declarou. Sousa encerrou a programação agradecendo a presença dos participantes e falou que o principal capital da Federasul é o engajamento das regiões. “Recebemos as demandas regionais e nós, como Federasul, vamos auxiliar abrindo espaços e oferecendo todas as ferramentas necessárias. Porém, o protagonismo precisa ser dos agentes de cada região”, comentou Souza ao incentivar os líderes locais a continuarem mobilizados em busca dos benefícios almejados.