A capacidade de transporte de carga pelo Rio Taquari volta a ser um entrave na movimentação do Porto de Estrela. Com o interesse de empresa suíça de transportar grãos em contêineres até o Porto de Rio Grande, e fazer o caminho inverso com fertilizantes, faltam agora embarcações proporcionais à capacidade do rio e de que atendam a expectativa comercial.
O administrador do porto, Antônio Carlos Busnello (52), explica que o máximo que o calado do Rio Taquari comporta é uma carga de três mil toneladas por barcaça. “Já os operadores de embarcações preferem transportar mais, na faixa de dez mil toneladas. O frete torna-se mais barato e a operação mais rentável”, diz.
Busnello explica que o empresário suíço deseja embarcar 5 mil toneladas de grãos por semana pelo porto. Para tanto, está em busca de parceiros que viabilizem a travessia. “Há uma vontade política e da iniciativa privada. Porém, no Brasil, quando não é a burocracia é a falta de estrutura que dificulta os investimentos”, desabafa.
Conforme o administrador, o empresário suíço deve retornar a Estrela nesta semana, quem sabe, com novidades. “Já recebemos a visita de algumas empresas de navegação aqui no Porto, no entanto, eles não comentam conosco o que acharam das instalações.”
Posto alfandegário
Outro projeto definido pela Superintendências de Portos e Hidrovias do Estado (SPH) diz respeito a instalar um posto alfandegário junto ao Porto de Estrela.
O espaço permitiria o embarque e desembarque de cargas internacionais, sem o intermédio de outros modais, como em Rio Grande, por exemplo. De acordo com o diretor de Hidrovias da SPH, Cristiano Nogueira da Rosa (33), a solicitação para criação do espaço será feita a partir da necessidade da empresa suíça que deseja movimentar cargas. “Ocorre que esse local precisa ser delimitado e isolado do resto do porto. Por isso, nós precisamos saber qual é a demanda para encaminhar o pedido.”
Relembre o caso
Uma das grandes dificuldades apontadas pelas empresas de navegação no Porto de Estrela é o calado do Rio Taquari, que nada mais é do que a profundidade da superfície até o fundo do leito.
Por conta da geografia do local, o calado máximo é de 2,5 metros. Isso restringe a navegação a determinados tipos de embarcações. Em várias ocasiões, a movimentação de cargas deixou de ocorrer pelo porto, justamente por conta dessa barreira natural.
No início de outubro, a direção do Porto anunciou que havia o interesse estrangeiro de investir no porto e que essa operação deveria começar ainda no mês passado.