No dia 02 de junho a CIC Teutônia realizou a terceira edição do Almoço Empresarial de 2022. Na oportunidade o convidado especial foi o ex-governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que abordou o tema “Um só Rio Grande – Mais resultados e menos conflitos no Estado mais polarizado do Brasil”.
Nas boas-vindas, o presidente da entidade empresarial, Airton Roque Kist, valorizou o papel da CIC no desenvolvimento local e regional. “Nosso planejamento estratégico preconiza a representatividade, e nesse sentido estimulamos o diálogo entre representantes do setor econômico e das políticas públicas. Somente com o diálogo podemos evoluir como sociedade, como entidade e como município”, frisou, adiantando que a CIC terá novas edições do Almoço Empresarial com essa temática.
Política necessária
Leite defendeu que a política é necessária e está presente nas residências. “Entre os casais, são necessárias concessões para poder conviver pacificamente em família. Certamente não se concorda sobre tudo, e assim é também na política. Então, política se faz necessária.”
Ele lembrou o cenário de crise e mencionou atraso de salários, dívidas na saúde, com fornecedores e a União, entre outras dificuldades da gestão. Por outro lado, salientou que é preciso evoluir em competitividade. “O Estado precisa competir em melhores condições, reduzir custos e melhorar a vida de quem empreende. Precisamos criar um ambiente para avançar”, disse, enumerando objetivos estratégicos.
Contas
Leite também citou reformas estruturantes para “equilibrar as contas do Estado, fazendo investimentos, com organização do caixa do governo e reduzindo o comprometimento do caixa único”.
Segundo o ex-governador, nos últimos 50 anos, somente em oito o Estado fechou as contas públicas no positivo. “Estávamos gastando mais do que arrecadávamos.” Também falou em equilíbrio fiscal e sensibilidade social, mencionando devolução de ICMS aos cidadãos e famílias de baixa renda e o Programa Nota Fiscal Gaúcha. “Se todos pagam o certo, todos pagam menos, por isso é tão importante estimular que o contribuinte peça a nota fiscal.”
Leite ainda mencionou a complexidade do sistema tributário brasileiro e a necessidade de reduzir impostos concomitantemente à redução das despesas do Estado. “É um movimento que deve ser feito com responsabilidade, para que as oportunidades de investimentos que o Rio Grande do Sul possui não se percam. Precisamos impulsionar nossa economia para termos receita permanente. Também é fundamental a retomada da competitividade, simplificando licenças, concessões e alvarás para os empreendedores.”
Pandemia
Os reflexos da pandemia e da estiagem também foram mencionados. “É um momento dolorido para todos nós, e analisar ações ‘depois do jogo jogado’ é simples. Quem ‘está em campo jogando’ sabe o quanto a condução é mais difícil. As estratégias adotadas sempre estiveram baseadas em dados e evidências, com diálogo, o que nos permitiu ter o segundo menor número de óbitos do Brasil”, recordou.
Teutônia e o Vale do Taquari
Por fim, Leite trouxe números e dados relacionados ao Vale do Taquari e Teutônia. Destaque para R$ 51,6 milhões em recursos emprestados para 1.952 empresas da região pelo Programa Juro Zero (R$ 3,1 milhões para 141 empresas de Teutônia).
Elencou investimentos em logística e mobilidade, pavimentação, saúde, educação, esportes, assistência social, obras, habitação, inovação e turismo. “O Estado deve ser ponto de apoio aos municípios, com projetos, financiamentos, recursos. Precisamos resgatar a confiança na política e desfazer a noção de que a direita é eficiente e apenas a esquerda tem sensibilidade social. O Brasil precisa de um centro que concilie eficiência da máquina pública com proteção social e respeito à diversidade”, concluiu.
