Mais de 300 pessoas participaram do Almoço Empresarial promovido pela CIC Teutônia, em parceria com a Prefeitura de Teutônia e a Associação Pró-Desenvolvimento de Languiru (APDL), no dia 24 de maio, data do aniversário de 38 anos de Teutônia. O evento ocorreu no Salão Social da Associação da Água e abordou o tratamento de esgoto no município. Considerando os impactos na vida da cidade, na oportunidade foi apresentado o projeto desenvolvido pela Administração Municipal e APDL.
“Trata-se de um tema de grande importância. Mais de 72 milhões de brasileiros não têm acesso ao tratamento de esgoto. É uma questão que deve ser tratada com urgência”, destacou a presidente da CIC, Mariza Wolf. O presidente da APDL, Gerson Redecker, acompanhado do vice-presidente Rudimar Landmeier, reforçou a importância do saneamento básico. “É um projeto muito importante para a vida e saúde pública em Teutônia”, frisou.
O Almoço Empresarial contou com o patrocínio de Certel, Colégio Teutônia, Evoluir Gestão Empresarial, Global-Eco Consultoria Ambiental, Cooperativa Languiru, Poolseg, Rivin Moda e Decoração, Sicredi e Univates.
“Saneamento básico é um problema de todos nós”
O diretor de geração da Certel Energia e presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica Taquari-Antas, Júlio Salecker, falou da importância do tratamento de esgoto para a saúde pública. Hoje, o Taquari-Antas é a maior bacia hidrográfica em número de municípios no Brasil, com 120 cidades, que totalizam 1,3 milhão de pessoas. “Efetivamente, Teutônia está dando o primeiro passo no tratamento da sujeira, iniciando uma nova era no Taquari-Antas, bacia responsável por 60% da carga orgânica no Guaíba. Temos que acreditar muito nesse projeto, um grande esforço da Associação da Água e da Prefeitura de Teutônia, que de fato é a responsável por isso.”
A água permeia a saúde de uma forma em geral e, para Salecker, até hoje “só tiramos o esgoto da nossa frente”. “A cada R$ 1,00 investido em saneamento, deixamos de gastar R$ 7,00 em Saúde, segundo dados da ONU. Teutônia está dando exemplo com esse projeto executivo de saneamento, não apenas um projetinho para ‘encher linguiça’. Temos que parar de olhar esse assunto como um problema dos outros, saneamento básico é um problema de todos nós. Precisamos evoluir em nível de consciência”, concluiu.
Projeto de R$ 77 milhões
O diretor da TSA Tecnologia Saneamento Ambiental, Vilmar Viegas, apresentou detalhes do projeto (redes de coleta e estação de tratamento), investimentos e execução das obras. “Trata-se de um projeto trabalhado em conjunto pela Prefeitura de Teutônia e Associação da Água, que traz benefícios à comunidade ao longo do tempo”, disse, detalhando o projeto de esgotamento sanitário em diferentes etapas.
“Mesmo áreas não-urbanizadas estão contempladas numa solução futura, considerando uma estimativa de 43 mil habitantes até o ano de 2043. Todo dimensionamento técnico para essa população está contemplado no projeto. Neste momento, serão 150 quilômetros de rede para atender 100% da população teutoniense de hoje”, frisou.
O projeto prevê o investimento de R$ 77 milhões. Desse montante, R$ 58,6 milhões serão aplicados na rede coletora, R$ 9,8 milhões na estação elevatória e R$ 8,4 milhões na estação de tratamento.
Novo momento
O prefeito Jonatan Brönstrup reafirmou a importância do projeto para Teutônia, que deve ser iniciado “o mais breve possível”. “É uma questão que vai além da saúde pública e preservação do Meio Ambiente, mas de condições sustentáveis para o desenvolvimento de Teutônia. Vivemos um novo momento, com potencial de crescimento, e precisamos ser protagonistas desse nosso desenvolvimento e das nossas conquistas”, elencou, valorizando o trabalho da APDL e da Administração Municipal, o envolvimento das escolas e da comunidade como um todo, com a esperança do acesso a recursos federais para efetivação do projeto.
Futuras gerações
“Teutônia está pensando na próxima geração, não na próxima eleição. É uma quebra cultural de comportamento, não haverá investimento suficiente se não houver uma mudança de consciência, é ir além do imediatismo, é falar o que a comunidade precisa ouvir e não apenas o que quer ouvir”, ponderou o presidente da Funasa, Ronaldo Nogueira.
No Rio Grande do Sul, são cerca de oito milhões de pessoas sem acesso ao saneamento básico, outros cerca de dois milhões sem acesso à água potável. “A carteira de projetos da Funasa requer R$ 4 bilhões em investimentos. No Estado, são 330 convênios em execução, atendendo 190 cidades. Os municípios precisam avançar em seus planos municipais de saneamento para acessar os recursos públicos”, enumerou, elogiando a iniciativa teutoniense e prometendo apoio. “A iniciativa de Teutônia é louvável, com o envolvimento de toda comunidade. A perspectiva do projeto nos dá uma direção de execução, de investimentos e os objetivos que deverão ser alcançados”, concluiu.