Na noite houve a entrega dos certificados para as empresas que buscam pontuação no Fundopoem
Lajeado – O Arranjo Produtivo Local Alimentos e Bebidas Vale do Taquari reuniu empresas dos setores para apresentar um balanço das atividades desenvolvidas desde a implantação, em 13 de outubro de 2021, até agora. O encontro, realizado no auditório do Sesc na noite de quinta-feira, (2), teve a presença de mais de 30 representantes de instituições de ensino, órgãos públicos e empresários que fazem parte do arranjo.
A coordenadora do APL, Aline Eggers Bagatini, destacou desde o trabalho de mobilização das empresas, visitas técnicas e a troca de experiências. Na pauta assuntos como a cobrança de mensalidades a partir de 2023, cronograma de reunião para o próximo ano e regras de participação no arranjo. A empresa precisa estar associada à entidade comercial/industrial local, além de participar ativamente das reuniões e iniciativas do APL.
A coordenadora colocou ainda a necessidade de uma maior adesão de empresas. “Nós queremos cada vez mais levar o grupo para participar de feiras e eventos para buscar a inovação, contamos com o apoio do Sebrae, mas queremos participar de editais para conseguirmos verba para implementarmos mais ações no APL e torná-lo cada vez mais forte. Seguimos com o nosso sonho de transformar a região no Vale dos Alimentos. ”
O APL AB VT conta com a adesão de 33 empresas de pequeno, médio e grande porte da região. O empresário Alexander Giaccobo, de Doutor Ricardo, presente no arranjo desde o início, afirma que está bem otimista com os resultados. “Importante essa troca de experiências, eu mesmo já acabei comprando e vendendo para empresas do APL. Noto o grupo bem engajado, tendo resultados positivos. É um projeto interessante que deve ajudar ainda mais a região. ”
O presidente da Câmara da Indústria, Comércio e Serviços do Vale do Taquari, CIC VT, Ivandro Carlos Rosa, ressaltou que o Vale do Taquari está localizado num pequeno território, mas com um percentual bem expressivo de participação no mercado de frangos, suínos e leite. “ A base da nossa economia é ligada ao agronegócio. A CIC VT, que é entidade gestora do Arranjo, busca integrar essa cadeia sem deixar a articulação de um plano estratégico regional visando inovação e qualificação. ”
Durante o encontro o grupo aprovou a inclusão de mais de 20 novos CNAES, que vão desde a fabricação de embalagens, chapas e produção de alimentos. São fornecedores estratégicos que não têm na região e podem instalar unidades de produção aqui, pois se o CNAE estiver dentro do APL, a empresa terá condições de usufruir dos benefícios fiscais que o governo destina a quem está inserido no arranjo.
Entrega dos certificados
Durante a noite houve a entrega dos certificados de declaração de entidade gestora para cinco (5) empresas que solicitaram o documento emitido pelo APL para conseguir pontuação no Fundopem.
O Fundo Operação Empresa do Estado do Rio Grande do Sul (FUNDOPEM) é o incentivo fiscal que tem como objetivo atrair ou apoiar a expansão no Estado. No ano passado, o programa aprovou 48 projetos e alcançou a marca histórica de R$ 752,7 milhões em investimentos, além de gerar 1.338 empregos, entre ampliações de empresas já instaladas no Rio Grande do Sul e a chegada de novos negócios. Com isso, já são mais de 500 projetos de FUNDOPEM em atividade no estado.
A empresa que está inserida no APL pode conseguir uma pontuação maior no fundo. A Gráfica Cometa de Lajeado é uma das que está pleiteando por isso. O sócio Martin Hahn afirmou que está no processo final para conseguir o incentivo. “Para nós tem trazido conhecimento, nossa empresa aderiu ao Fundopem Express, uma modalidade que conhecemos por meio do APL. Fomos contemplados com esse benefício, o APL gera resultados práticos. ”
Desafios do setor
No encontro foi apresentado um cronograma de eventos de inovação, montado em conjunto com outros ecossistemas de inovação no RS, onde as empresas do APL podem participar se houver interesse. O trabalho é coordenado pelo diretor executivo da Agil, Cristiano Zanin.
Já o Gerente de Marketing e Comunicação da Cooperativa Languiru, Alexandre Schneider, alertou para a crise que as empresas que processam proteína animal estão enfrentando, segundo ele, a pior crise nos últimos dez (10) anos. O principal insumo das agroindústrias aumentou 100% em pouco mais de um ano, houve ainda nesse período retirada das alíquotas do leite. “ Outro problema que nos afeta é que estados como Santa Catarina e Paraná estão mais próximos de grandes produtores de grãos. O RS é o estado que mais sofre com isso, pois estamos longe dos centros de produção e de centros consumidores. ”