A escalada dos preços das commodities agrícolas e a desordem logística, em função das mudanças de rotas de transporte de mercadorias causadas pela crise no leste europeu, estão preocupando as empresas da região. Para quem depende da proteína animal esse é o pior cenário nos últimos quinze anos, agravado pela estiagem. Durante encontro virtual realizado nesta sexta-feira (25), as empresas que aderiram ao Arranjo Produtivo Local Alimentos e Bebidas Vale do Taquari discutiram quais os principais impactos provocados pela guerra entre Rússia e Ucrânia. O cenário não é nada animador, segundo previsões internacionais.
Além da escassez de insumos, embalagens e produtos alimentícios, tem o alto custo. Algumas matérias-primas como é o caso do ácido fosfórico, usado na indústria de alimentos e fertilizantes aumentou 300%. A coordenadora do APL AB VT, Aline Eggers Bagatini define o momento delicado que o setor está enfrentando. “ Existe a dificuldade de encontrar insumos dentro e fora do país, é um problema mundial. Mas o Arranjo pode mapear quais as demandas em comum e buscar soluções em conjunto. Com essa união devemos sair fortalecidos dessa crise.”
Uma das opções apontadas foi a compra em conjunto de matérias-primas pelo APL. O presidente da Câmara da Indústria, Comércio e Serviços do Vale do Taquari, Ivandro Rosa, ponderou que esse processo envolve questões legais. A ideia é criar uma comissão para viabilizar a compra em escala, a fim de contemplar empresas de todos os portes do APL. Num primeiro momento vai ser feita a troca de informações entre as empresas. “ Há muitos desafios a serem vencidos, mas temos que ter estratégia, criar a colaboração com pessoas experientes para auxiliar nessas áreas sensíveis como as questões tributárias e legais. Com esse respaldo vamos evitar danos futuros.”
A ideia é promover uma rodada de negócios no mês de maio, para elencar empresas interessadas, fornecedores e matérias-primas.
A CIC VT é a entidade gestora do APL e o Sebrae auxilia na governança.
