Buracos com 40cm de profundidade e mais de um (1) metro de diâmetro, ocupando 50% da largura da pista de rolamento, além da falta de sinalização; reclamações corriqueiras de quem precisa passar por rodovias da região alta do Vale do Taquari. De acordo com o levantamento da Associação Comercial e Industrial de Ilópolis, são quatro (4) estradas onde a situação é mais caótica; ERS 332, trecho compreendido entre Encantado e Arvorezinha; ERS 425, trecho Encantado – Nova Brescia; ERS 435, trecho Ilópolis e Putinga e a ERS 432, trecho de acesso a Anta Gorda.
A presidente da ACI/CDL Ilópolis, Luzia Tomasini Carlesso reclama que comércio é afetado com o aumento dos gastos com o transporte, bem como para receber o material. “É um descaso de tamanha imensidão, nos sentimos desolados e abandonados pelos poderes que competem a manutenção. Na realidade teria que refazer esse trecho, a estrada que liga Putinga a Ilópolis, está numa degradação enorme, não tem como passar sem cair nos buracos.”
Coletas e entregas realizadas por transportadoras já estão sofrendo reajustes, devido as péssimas condições da estrada. Produtores rurais que fornecem matéria prima também são afetados pelos buracos no asfalto. A Dorigon Produtos de Limpeza emprega diretamente 24 colaboradores e mais 15 de forma indireta. A empresa vem sentido nos últimos anos a redução no número de clientes, devido à dificuldade de escoamento da produção, que é realizado unicamente por essa via de acesso (ERS 435). Reflexos negativos também para o polo ervateiro, cuja maior parte está concentrada na região do alto Taquari. São aproximadamente 22.000 hectares de erva mate e uma produção de 170.000 toneladas de folha verde, industrializadas por aproximadamente 70 industrias, juntando a movimentação de erva em folha, cacheada e empacotada, chega a mais de R$ 500.000.000,00 por ano. Os dados são do Sindimate, Sindicado da Industria do Mate no Estado Rio Grande do Sul.
Para o empresário Joel Gaio da ervateira Buena, agroindústria a instalada na Linha Santo Antão, entre Ilópolis e Putinga a revolta é grande. “Como empresário a situação de descaso e desvalorização é absurda, vez que uma estrutura toda é montada, pessoas contratadas, matéria prima e insumos adquiridos, mas para tudo isso girar é necessário que o poder público forneça o mínimo, no caso, uma estrada que possua condições de tráfego em segurança. Registre-se que manutenções preventivas, caso fossem realizadas, muito ajudariam a não chegarmos nesta absurda situação.”
A revolta dos empresários e comerciantes motivou a Câmara da Indústria, Comércio e Serviços do Vale do Taquari a encaminhar ofício ao secretário de Logística e Transportes, Juvir Costella relatando o problema e solicitando a manutenção das rodovias para garantir a trafegabilidade de quem transporta as matérias primas das agroindústrias.
A preocupação é muito grande também com os riscos de acidentes, como relatou o presidente da CIC Vale do Taquari, Ivandro Rosa. “ A entidade vem acompanhando nos últimos anos as dificuldades enfrentadas pela comunidade em função das péssimas condições de manutenção das rodovias da parte alta da região. Percebemos que os movimentos constantes dos prefeitos e associações comerciais surtem efeito temporário, as manutenções são paliativas, pouco douradoras. Por isso, estamos mobilizando o secretário, afim de estabelecer um cronograma de manutenção constante tendo em vista que a situação se agravou muito.”