Capacidade do auditório em Porto Alegre foi esgotada, com 232 pessoas. ANTT garante que todas as sugestões serão analisadas e respondidas.
Mais de 200 moradores participaram na tarde desta quinta-feira (16) em Porto Alegre da primeira audiência pública sobre a concessão de trechos de quatro rodovias federais no Rio Grande do Sul: BR-101, BR-290, BR-448 e BR-386. A reunião foi marcada por muitas críticas de moradores contra a cobrança de pedágio, como mostra reportagem do RBS Notícias (veja no vídeo).
A capacidade do auditório foi esgotada, com 232 participantes. Outros moradores acompanharam a audiência do lado de fora, onde monitores transmitiam o encontro. Grande parte dos que usaram os microfones vive em municípios próximos aos trechos. Eles demonstraram preocupação com a cobrança das tarifas.
Presidente da Assurcon critica cobrança de pedágios “Quem vai vender 30 litros de leite na distribuidora tem que pagar pedágio, e deixa 10 litros. Isso vocês não olharam”, disparou o presidente da Associação dos Usuários das Rodovias Pedagiadas do Rio Grande do Sul (Assurcon), David Vicenzo.
O comerciante Lazaro Gomes Ferraz concorda. “Provavelmente os nossos cidadãos pagarão mais de pedágio do que custo de combustível.”
A tarifa máxima do pedágio fixada pela Agencia Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) ficou R$ 11,72 para cada 100 quilômetros. O órgão federal informa que serão investidos quase R$ 8 bilhões, e os trechos serão concedidos por 30 anos.
O leilão esta marcado para novembro deste ano, abrangendo os trechos da BR-101 entre Torres e Osório, da BR-290 entre Osório e Porto Alegre, da BR-448 de Porto Alegre a Canoas e da BR-386 de Canoas até Carazinho. Vence a concorrência quem apresentar a menor tarifa. Estão previstas as construções de 27 passarelas, 22 km de vias marginais e 60 melhorias em acessos.
A região por onde passam os trechos a serem concedidos abrange 32 cidades. Entre elas está Taquari, cujo prefeito, Emanuel Hassen de Jesus, criticou a medida. “O pedágio nesse momento é desnecessário por conta da crise, por conta de todos os problemas econômicos que o País e estado estão passando”, argumenta.
O superintendente da ANTT, Luiz Fernando Castilho, participou da audiência e garantiu que todas as sugestões serão analisadas e respondidas. “Obrigatoriamente a agência terá de analisar e se manifestar em todas as contribuições”, diz.