Presidente do Conselho de Administração abordou algumas medidas necessárias para reverter o quadro de instabilidade no setor
No final do mês de abril, o Presidente e alguns Conselheiros de Administração junto com o Gerente da Divisão de Produção Agropecuária (DPA), representaram a Cooperativa Dália na reunião do Grupo de Fortalecimento da Cadeia Leiteira do RS na sala Alberto Pasqualini no prédio da Assembleia Legislativa em Porto Alegre.
Durante a reunião que foi liderada pelo Deputado Estadual Zé Nunes, o Presidente do Conselho de Administração, Gilberto Antônio Piccinini, falou sobre as dificuldades que os produtores de leite do país e do RS estão enfrentando. “Minha vocação além de gestor é também na produção de leite, por isso, conheço as intempéries e o momento de crise que o bovinocultor leiteiro tem passado. Infelizmente, toda virada de mês as contas permanecem no vermelho”, lamenta Piccinini ao afirmar que há milhares de produtores abandonando a atividade.
Ao apresentar algumas alternativas para o segmento, o presidente do conselho ressaltou a importância de flexibilizar o enquadramento para acessar os incentivos do Cadastro Nacional da Agricultura Familiar/Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (CAF/Pronaf) às empresas cooperativas que integram os pequenos produtores rurais. “As organizações cooperativas e não cooperativas têm encontrado dificuldades de chegar a exigência de 75% de seus produtores que tenham o CAF/Pronaf atualizado. No geral, temos visto que, a adesão do quadro social chega aos 70%, valor suficiente até o ano passado mas agora, fica fora deste enquadramento”, comenta o gestor ao reforçar que, por meio da CAF/Pronaf, a cooperativa participa do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) do Governo Federal.
Se tratando de subsídios para o segmento leiteiro, Piccinini ainda lembrou da importância do Programa Mais Leite Saudável. “Não precisamos de novos subsídios, mas que o Governo potencialize os programas já existentes como o Mais Leite Saudável para voltar a fomentar a assistência técnica no campo e assim, fortalecer a pecuária leiteira”, reforça Piccinini ao recordar que participou da formação do Instituto Gaúcho de Lácteos (IGL), no qual profissionaliza o produtor.
Ele ainda destacou para uma ampla divulgação sobre os benefícios do consumo de leite por parte do governo estadual e das entidades.
Crise na produção de leite
Durante a reunião, outros líderes representando o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, do Sindilat, Fetag, Conseleite RS entre outras instituições, abordaram o aumento expressivo das importações de leite em pó, vindos dos países vizinhos. “Diversos elementos indicavam a alteração estrutural da bacia leiteira, sobretudo no estado gaúcho. As implicações do clima, o aumento agressivo das importações, elevação dos custos de produção, falta de subsídios em relação a outros países, menor consumo de leite da população brasileira geraram instabilidade financeira dos produtores de leite e, fez com que mais de 50 mil abandonassem a atividade nos anos de 2022 e 2023”, reiterou o Superintendente do MAPA no RS, José Cleber Dias de Souza.