Evento foi realizado na Screc e reuniu cerca de 70 associados
No dia 27 de abril, a Sociedade Cultural Recreativa e Esportiva Cosuel (Screc) em Encantado foi palco do II Encontro de Produtores do Programa Vale dos Lácteos da Cooperativa Dália Alimentos.
Na ocasião, o Gerente da Divisão Produção Agropecuária, Fernando Oliveira de Araujo, abriu o evento abordando a importância da qualidade na produção leiteira. “Hoje em dia, a atividade leiteira exige que o produtor seja eficiente por meio de um bom manejo e instalação adequada para o conforto dos animais na propriedade, sendo que os produtores atentos a isso, são os que devem permanecer e crescer na atividade”.
Na sequência, o supervisor do setor Gado Leiteiro, Yago Machado da Rosa, apresentou a criação de terneiras e novilhas nos programas de assistência técnica da cooperativa. “Nos dados coletados podemos avaliar a eficiência na fase de cria e recria, avaliando pontos chaves, como o desmame e a idade em que os animais se tornam aptos à inseminação”.
Redução de tempo e de custo
O supervisor destacou a importância de preparar as vacas para a recria com idade menor em relação ao que vem ocorrendo em muitas propriedades do quadro social. “A partir de dados coletados do manejo feito pelos produtores, separamos em dois grupos: um com parição aos 23 meses, e outro, aos 28 meses. Identificamos que no primeiro grupo, o rebanho atingiu em média 31,2 litros de leite/dia produzidos; já no outro, a média diária foi em torno de 23,1 litros/dia”.
Além do impacto na eficiência produtiva, o custo de uma novilha que demorou mais para parir e, consequentemente, para produzir leite, girou entre R$ 11,50 a R$ 17,50 reais por dia. “Com esse valor, em cinco meses (período equivalente à diferença do grupo menos eficiente para os mais eficientes) representa uma média de custo de R$ 2.175,00, levando em consideração a mão de obra/dia, vacinas e alimentação sem que ela esteja produzindo”.
Colostro e eficiência produtiva
Em seguida, Ilton Diniz que é médico veterinário, doutor em produção animal pela Universidade Federal de MG e especialista em gado jovem da Cargil falou sobre o ciclo de manejo na atividade leiteira.
Diniz enfatizou os cuidados que o produtor de leite precisa ter com a terneira e que, após o nascimento, a primeira tarefa importante é o fornecimento correto do colostro. “A partir desse cuidado, o produtor pode estar perdendo altos valores financeiros sem perceber. Uma novilha por exemplo, na média nacional custa entre R$ 7 a R$ 8 mil reais, e esse investimento só terá o retorno desejado na segunda lactação do animal. Portanto, um retorno financeiro desejável começa com o fornecimento adequado do colostro”.
O veterinário explica que o colostro possui imunoglobulinas, que são os anticorpos. “Animais sadios representam menor taxa de morbidade (doença) e, consequentemente, mais produção de leite no futuro”.
Ter um rebanho longevo gera lucro
Na parte da tarde, o consultor da Cargill, Airton Vanderlinde falou sobre a evolução genética do rebanho, citando a vaca holandesa, que só consegue ter plena lactação a partir da terceira cria. “Cada animal que o produtor descarta gera muito prejuízo para sua propriedade e, por isso, ter animais mais longevos se faz necessário para a lucratividade”.
Para Airton, outro fator que representa prejuízo é a engorda de um animal que acaba consumindo mais alimento sem estar produzindo leite. “Para evitar isso, é preciso deixá-la seca por menos tempo possível depois da primeira lactação, ou seja, 60 dias seca e aproximadamente nove meses de gestação”.