O Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS) voltou a cair em novembro (-0,9%) com relação a outubro de 2018, depois de -0,2% em outubro e -0,1% em setembro, com ajuste sazonal. No acumulado em 2018, porém, os números seguem positivos: 2,1% em novembro, comparado ao mesmo mês, e 2,8% nos onze meses do ano (jan-nov/2018- jan-nov/2017). O IDI-RS mede a atividade da indústria gaúcha resumindo o desempenho de seis variáveis (faturamento real, compras industriais, horas trabalhadas na produção, utilização da capacidade instalada (UCI), emprego e massa salarial real) coletadas pela Pesquisa Indicadores Industriais do RS, realizada pela FIERGS e divulgada nesta quinta-feira (17).
“Os resultados dos Indicadores Industriais do RS de novembro mostraram a dificuldade do processo de recuperação em curso, ainda dominado no penúltimo mês do ano pela incerteza eleitoral, afetado também pelos efeitos da paralisação dos transportes e da crise econômica argentina”, lembrou o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry. Conforme o industrial, há um cenário otimista para uma retomada de crescimento mais acelerado, baseado em um ambiente favorável (estabilização do quadro político, juros menores, inflação controlada, estoques ajustados e confiança empresarial elevada). “Para que essa perspectiva positiva vire crescimento efetivo, porém, é necessário o enfrentamento da crise fiscal, com avanço das reformas, principalmente a da Previdência”, destaca ele.
O desempenho negativo de novembro refletiu as quedas de cinco dos seis indicadores: faturamento real (-2,6%), compras industriais (-3,5%), a UCI (-1,0 ponto percentual), massa salarial real (-1,1%) e emprego (-0,2%). Apenas as horas trabalhadas na produção mostraram alta de 1,0% em relação a outubro.
Dentre os componentes do IDI-RS, quatro avançaram no acumulado do ano, com destaque para as compras industriais (+10,8%) e o faturamento real (+3,5%). A Utilização da Capacidade Instalada (+1,6 p.p.) e o emprego (+0,9%) seguiram com menor intensidade a mesma tendência positiva, ao contrário das horas trabalhadas na produção (-0,1%) e da massa salarial real (-2,6%). Setorialmente, houve crescimento em 10 dos 17 setores da pesquisa, no acumulado do ano. O destaque é Veículos automotores (+18,3%), responsável por quase 70% do desempenho do IDI-RS. Outras contribuições importantes vieram de Produtos de metal (+3,1%) e Metalurgia (+14,1%), Borracha e plásticos (+3,4%) e Máquinas e equipamentos (+2,5%). Em sentido contrário, as atividades de Bebidas (-1,8%), Têxteis (-8,7%) e Vestuário e acessórios (-6,2%) trouxeram os maiores impactos negativos.