Lideranças públicas e sociedade civil organizada lançaram abaixo-assinado em movimento intitulado “Estrela quer energia” para buscar junto à Aneel a troca de fornecedora
Em uma entrevista coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira (26), o Governo de Estrela, Poder Legislativo; Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Estrela (Cacis) e do Vale do Taquari (CIC-VT); Ordem dos Advogados do Brasil (OAB); Sindicato dos Trabalhadores de Estrela (STR); Ministério Público, e ainda Lions e Rotary, manifestaram o interesse público e coletivo das partes na troca da operadora de energia no município, hoje concessionada à RGE Sul Distribuidora. O movimento “Estrela quer energia” lançou, logo após a coletiva, um abaixo-assinado onde, com a adesão da comunidade, buscarão uma intervenção da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para caçar e transferir a concessão em todo o território estrelense.
O encontro, realizado no auditório da Cacis, contou com a presença do prefeito Elmar Schneider, do vice João Carlos Schäfer, também dos presidentes da Câmara de Vereadores de Estrela, Ernani de Castro; da Cacis, Claus Wallauer; e do STR Estrela, Rogério Heemann. Também marcaram presença o presidente da OAB Estrela, Rafael Godinho; a Promotora de Justiça Andrea Almeida Barros; Rotary Estrela, através do presidente Gilmar Leonhardt; o Lions Estrela, com a vice-presidente Amanda Arenhart; e a CIV-VT, com o representante Julio Salecker; entre outras autoridades e representantes do comércio e da indústria, assim como lideranças municipais, comunitárias, políticas e jurídicas.
Slogan, camisetas e abaixo-assinado
Alguns dos presentes vestiam uma camiseta alusiva à campanha, paga com recursos particulares. “Estrela quer energia. Ninguém aguenta ficar mais sem luz” é o slogan do movimento. Agora, o abaixo-assinado irá circular presencialmente pelo município e também poderá ser acessado de forma online pelo link https://www.abaixoassinado.org/abaixoassinados/60048 . Após 20 dias, onde se buscará o máximo de adesão, o documento será entregue pessoalmente, pelas lideranças à frente do movimento, à diretoria da Aneel, em Brasília.
A medida vem ao encontro dos recorrentes problemas enfrentados pela comunidade local em razão das muitas ocorrências de desabastecimento elétrico ao longo dos últimos anos, e agravados em períodos de intempéries climáticas como os registrados recentemente, entre as quais as enchentes de 2023 e o vendaval da última semana. A demora por parte da concessionária na tomada de medidas e ações para amenização e solução dos problemas, assim como um plano para melhorias prévias na estrutura do serviço oferecido, corroboram com o intuito. Recentemente, o município entrou com mais uma Ação Civil Pública – outra já foi registrada no ano retrasado – contra a concessionária cobrando a falta de fornecimento energético em localidades e propriedades do município, além de uma melhora na regularização dos serviços gerais.
Limite
O prefeito Elmar Schneider, em sua manifestação aos presentes, justificou a nova medida. “A população vem sofrendo há muito tempo com a falta de energia ou atendimento precário, instável, por parte da atual concessionária. E chegamos ao limite”, iniciou. “A população, com justificativa razão, reclama, e nós, como seus representantes diretos, buscamos respostas, diversas maneiras de solucionar a situação, medidas e melhorias. Contudo, após não encontrarmos satisfatórios retornos por parte de quem deve isso, vamos pautar e liderar essa frente na luta para, de forma oficial e unida, garantir ao cidadão o que lhe é de direito, pois paga para tanto”, disse. “Nós não vamos admitir que Estrela fique mais sem energia”, frisou ele, ao fazer um paralelo com slogan da campanha. “Estrela quer energia. Ninguém aguenta ficar mais sem luz”.
Prejuízos e descasos
As demais autoridades também se manifestaram. Todos disseram entender, assim como enfatizou o presidente da Cacis, Claus Wallauer, que Estrela passou por acontecimentos atípicos, mas que os problemas recorrentes com a falta de energia não são de apenas agora, e sim atravessam a década. “Por isso precisamos de uma ajuda mútua, uma mobilização de toda a comunidade, pois desejamos respostas efetivas, de ações de verdade”. Palavras como descaso e desserviço foram citadas, assim como a falta de um efetivo atendimento online e pessoal à população através dos telefones de serviços, como exemplificou Julio Salecker, da CIC-VT. Ernani de Castro, por sua vez, comentou. “Precisamos de medidas preventivas, e não desculpas posteriores e ações atrasadas após os acontecimentos.”
A promotora Andrea Almeida Barros ressaltou a importância de registros oficiais, conjuntos e legais junto ao poder judiciário, citando também as queixas quanto a Corsan. Rafael Godinho, da OAB, atestou. “Estamos aqui para reforçar essa causa e auxiliar no que for preciso.” Os prejuízos no interior foram duramente exaltados pelo presidente do STR. “Tenho certeza que 100% dos agricultores vão aderir ao movimento. Trata-se uma iniciativa difícil, mas precisamos tentar”, afirmou Rogério Heemann. Ao fim todos assinaram presencialmente o abaixo-assinado e levaram cópias dos documentos para serem distribuídos.