A evolução genética e a biosseguridade pautaram ciclo de palestras voltadas à suinocultura durante o II Fórum Internacional de Agronegócio 4.0, realizado em Teutônia.
Genética suína
Os reflexos da evolução na genética suína foram abordados pelo médico veterinário Werner Meincke e pela zootecnista Natália Irano, representantes da Agroceres PIC. Historicamente, um grande passo foi dado a partir da entrada dos óleos vegetais no país, fazendo com que o suíno “tipo banha” perdesse seu valor. “A suinocultura se obrigou a mudar de horizonte, foi um divisor de águas. Hoje pode-se dizer que estamos nivelados à evolução genética do gado leiteiro”, comparou, valorizando a ciência de estudo do DNA.
“A partir desse conhecimento é possível gerar dados com muito mais precisão, identificar os genes que podem ser responsáveis por grandes avanços”, acrescentou a zootecnista, que detalhou processo de melhoramento genético na suinocultura.
“Blindagem”
“Biosseguridade – como blindar o efeito China na suinocultura brasileira” foi tema da palestra do diretor-executivo do Sindicato das indústrias de Produtos Suínos (SIPS/RS), Rogério Kerber, presidente do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa).
A Peste Suína Africana (PSA) afeta o mercado mundial da proteína animal, mas traz consequências favoráveis ao Brasil, grande exportador. “A procura por carne está muito acima da disponibilidade mundial. Isso tem o efeito preço bastante significativo. Em contrapartida, o mercado interno também acaba acompanhando esses preços, e o consumidor brasileiro terá que desembolsar valores maiores para ter acesso à proteína”, exemplificou.
Kerber defendeu ações preventivas. “Se a doença chegar aqui, o efeito será devastador. Precisamos trabalhar e conscientizar a todos, autoridades sanitárias, setores produtivos, adotar medidas cautelares, principalmente no que diz respeito ao acesso de pessoas e veículos aos estabelecimentos produtores. Não existe risco zero”, ponderou, acrescentando que isso não está fundamentado em investimentos na propriedade, mas sim em mudança de procedimento das pessoas, “que devem ter a percepção de que o primeiro e grande perdedor é ele próprio”.
Para o palestrante, ainda é cedo para dizer quanto tempo dura esse cenário. “O surto não está controlado e os focos continuam a acontecer, se espalhando para outros países. Todo mercado está preocupado.”