Mesmo sem o prédio do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-Rio-Grandense (IFSul) concluído, o curso de Gestão de Negócios pode começar em julho. Conforme o diretor-geral do câmpus Lajeado, Luís Afonso Tavares Alves da Fonseca, o Ministério da Educação (MEC) abre possibilidade para que as aulas que precisam de estruturas mais simples possam começar antes do término da sede.
Em um primeiro momento, o instituto e a Secretaria de Educação de Lajeado negociam o uso de algumas salas na escola Campestre. Conforme Fonseca, serão disponibilizadas 20 vagas. O MEC liberou quatro docentes em dezembro para o início das atividades na região.
As obras da sede do IFSul começaram em dezembro. A empresa contratada trabalha na fundação do prédio. Na primeira etapa, o custo chega a R$ 3,7 milhão, contemplando obras em dois mil metros quadrados, que abrigarão o auditório, prédio administrativo multifuncional e salas de aula. A previsão é de terminar a construção em outubro.
Ao todo, o câmpus Lajeado do IFSul terá investimento de R$ 10 milhões. Os recursos são federais. A contrapartida do município foi a doação do terreno, entregue ao instituto em fevereiro, e a preparação do solo. A escola técnica federal na região terá uma área total com mais de oito mil metros quadrados. O campus no bairro Olarias terá capacidade de atender até 1,2 mil alunos.
Três eixos de formação
Em agosto de 2012, após três audiências públicas, representantes de entidades regionais, estudantes e comissão do IFSul escolheram os eixos dos cursos técnicos que serão oferecidos em Lajeado.
Foram definidas três qualificações: Automação Industrial, Processamento de Alimentos e Gestão de Negócios. Esses cursos formarão a base do instituto nos próximos 30 anos.
A escolha levou em conta pesquisas, estudos do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e do MEC, além da necessidade de mão de obra na região.
Na área industrial, as qualificações podem incluir manutenção automotiva, mecatrônica, entre outras. O Processamento de Alimentos possibilita cursos de panificação, confeitaria e técnico em agroindústria. O segmento administrativo abrange logística, contabilidade, comércio e vendas.
Atrasos
Em 2011 ficou definida a sede regional do IFSul para Lajeado. Na época, quatro projetos foram apresentados à comissão. As propostas mostravam áreas possíveis para a construção. No entanto, nenhuma delas atendia os pré-requisitos.
Com isso, governo e o clube Olarias iniciaram tratativas para o uso do terreno onde hoje é construída a escola. Mas, devido a um processo judicial, houve dificuldade em oficializar a doação ao instituto.
No segundo semestre de 2012, a Justiça penhorou a área da entidade como garantia do pagamento da indenização de um torcedor que foi agredido em 1999. Isso ocasionou atrasos na licitação da obra e os recursos da União foram devolvidos.
Os problemas ocasionaram prejuízos à comunidade regional. Em 2013, governo e integrantes do IFSul partiram do zero. Os entraves também interferiram na realização do concurso público para contratação de professores e funcionários.