O tema sucessão rural pautou o Encontro Anual de Jovens promovido pela Dália Alimentos no sábado, dia 7. O evento reuniu 230 pessoas no Auditório Itália do Centro Administrativo de Encantado. O presidente do Conselho de Administração, Gilberto Antônio Piccinini, abriu o encontro, destacando que o jovem é a futura liderança da cooperativa. Manifestou a satisfação e a alegria em ver associados e filhos de associados participando da programação realizada como culminância dos projetos sociais realizados pela Dália durante 2013.
O vice-presidente Pasqual Bertoldi, colocou que a cooperativa pertence às 3,7 mil famílias associadas e que os jovens devem participar da realidade de cada propriedade como figura ativa e atuante. “Vocês são o futuro, a sucessão, a continuidade do que seus pais construíram com muito esforço. Estudem, busquem conhecimento, porque no passado quem não estudava ficava na roça. Hoje em dia, quem não estuda nem na roça fica”, alertou.
Relatos construtivos
O ápice do encontro se deu na parte da manhã, com o relato de jovens que participaram do Projeto-piloto Sucessão Rural, desenvolvido pela Dália desde fevereiro, junto a 11 famílias. O assunto teve acentuada fluência, pois até mesmo jovens que não fazem parte do projeto interagiram e prestaram seus depoimentos.
O professor que ministra as aulas, Lucildo Ahlert, explicou acerca do projeto, mencionou a formatura, agendada para o dia 19, às 11h30min, no Parque Dália, com entrega dos certificados de conclusão do curso para cada participante. “Este projeto é uma grande oportunidade para uma profissionalização sem custos.”
O primeiro a apresentar seu relato foi o jovem Diogo Zambiasi (28), de Nova Bréscia, que após a inserção ao projeto passou da média 18 para 23 litros/leite/vaca/dia. “Foram pequenos ajustes que fizeram a lucratividade aumentar de 18% para 50%”, revelou. Ele também contou que a família traçou metas para os próximos 20 anos, com reserva de fundos para investimentos. “Depois do curso, abri minha mente. Se trabalha menos e se ganha mais”, comemora.
Ana Rizzi, mãe do jovem Henrique (24), de Doutor Ricardo, contou que após as aulas, a família começou a planejar com racionalidade. “Aumentamos as metas e investimos na compra de um trator.” Para ela, o projeto foi significativo, pois contribuiu para a organização da propriedade. “Ficamos orgulhosos em dizer que somos produtores rurais.” E aconselhou: “Jovens, não percam essa oportunidade. Participem, porque vale a pena.”
Guilherme Giliotto (24) é um dos filhos que faz toda a parte de gerenciamento da propriedade dos pais no interior de Serafina Corrêa. Bastante satisfeito com o trabalho na agricultura, manifesta engajamento em todas as ações e atitudes tomadas pela família para o bom andamento dos negócios. “O segredo para o sucesso está na união e no trabalho conjunto. Sejam amigos dos seus pais, interajam, façam acontecer e não tenham vergonha nem medo de dizer que são produtores rurais”, disse.
Diego Lopes (25), de Tupanciretã, é formado em Agronomia e após uma experiência de seis meses na Nova Zelândia, atuando em fazendas leiteiras, optou em voltar para a propriedade dos pais, seguir a sucessão e gerir os negócios. “A sucessão é boa, porque você aproveita o conhecimento dos seus pais e aprimora com o que você sabe, agregando valor à atividade que quiser desempenhar.”
O jovem associado Cláudio Luis Martini (28), de Coqueiro Baixo, falou sobre a viagem realizada ao Uruguai no mês de setembro. Ele foi escolhido pela Dália Alimentos para representar todos os jovens do projeto-piloto no 1º Encontro Pan-americano de Jovens Produtores de Leite. Mencionou o aprendizado que teve durante o intercâmbio e que depois da participação no projeto secessão mudou a rotina e o trabalho na propriedade.
Para Piccinini, este encontro cumpriu os objetivos planejados, sendo este o último evento social do ano realizado pela Dália. “Os jovens participaram de forma efetiva com contribuições e provaram estar plenamente envolvidos no projeto das famílias associadas à Dália Alimentos”, salientou o presidente da cooperativa.
Palestra motivacional
Na parte da tarde, o encontro contou com palestra motivacional com Eduardo Tevah, visita ao Parque Industrial da Dália e show com a Banda Aerowillys. Tevah falou sobre “O Poder da Atitude”, contou que fez a sucessão familiar em sua vida, por meio da empresa familiar, quando deu sequencia aos negócios iniciados pelo pai.
E aconselhou: “Não esteja trabalhando com teu pai porque herdou o sobrenome dele, mas sim pela tua competência”, ressaltou. O palestrante falou da importância do conceito cooperativismo e aconselhou que cada um seja uma pessoa da qual os outros gostem de estar perto. “Seja um ser humano melhor, só assim terá o verdadeiro sucesso e conquistará o sentido de se viver bem.”
Um pequeno e visionário sucessor
Acompanhado pelo avô Adolfino, Rafael Parisotto, de apenas 13 anos, já faz planos quanto à propriedade onde mora com os pais em Linha Dr. Borges de Medeiros, no interior de Anta Gorda.
Pensa e faz jus ao conceito de sucessão rural quando manifesta carinho, amor e dedicação ao campo. Ele afirma querer dar continuidade ao trabalho dos avós e pais, que atuam com leite e suínos. “Ajudo no trato das vacas e quando crescer um pouco mais quero aprender a fazer mais coisas para podem ajudar ainda mais. Eu gosto muito de morar no interior, é tranquilo, bom e me faz bem”, comenta o garoto.