Com a previsão de arrecadar R$ 37,4 bilhões com leilão de portos no país, o governo federal também está de olho na operação privada do Porto de Estrela e do terminal pluvial de Taquari. De acordo com a Superintendência de Portos e Hidrovias do Estado (SPH), a união pode tomar de volta o modal de Estrela, que está sob a gestão do governo gaúcho, e privatizá-lo.
Segundo o diretor de Hidrovias da SPH, Cristiano Nogueira da Rosa, com o anúncio federal, ainda não existem regras claras sobre o destino dos portos no Estado. “Mas pode ocorrer um leilão sim, da operação nesses portos e uma retomada por parte da União”, projeta o diretor.
Rosa diz que existem empresas interessadas em explorar o potencial dos modais hidroviários na região. No entanto, ainda falta uma maior movimentação de cargas do Vale para outras regiões. Isso ocorre com o Porto de Estrela. “Tem uma empresa que já operou no local e que, hoje, teria condições de navegar com cargas. O problema é a logística reversa. Os barcos vêm cheios de grãos mas não têm o que transportar na volta.”
Segundo o diretor de hidrovias, o entendimento do Estado é que Brasília deseja criar terminais de uso privado (TUP) nos portos listados pela união. “Esse modelo é parecido com o que propõe a SPH quando afirma que, para garantir a operação portuária, é necessária a presença de uma empresa de logística privada.”
Terminal de Taquari
O terminal de carga e descarga localizado em Taquari também foi incluído no “pacote” do governo anunciado na terça-feira, dia 9. De acordo com o prefeito da cidade, Emanuel Hassen de Jesus, o “Maneco”, o modal teria sido listado a partir de um pedido da Administração municipal, feito na Capital Federal, nos últimos meses.
Já de acordo com a superintendência estadual, existe a intenção do Grupo Battistella em investir no Rio Grande do Sul. “O objetivo dessa empresa é arrematar todos os portos em atividade no Estado, isso inclui Estrela, Porto Alegre, Rio Pardo e Cachoeira do Sul”, justifica.
O grupo tem sede na cidade São José dos Pinhais, no Paraná, e atua no ramo de transportes terrestres, reflorestamento e no transporte hidroviário. A empresa administra o Porto de Itapoá, em Santa Catarina, desde 2011.