Uma audiência pública deverá fortalecer a batalha dos empresários locais e da comunidade na tentativa de obter melhorias no sinal para a telefonia móvel – em especial da operadora Vivo. Há cerca de dois meses, a Associação Comercial e Industrial de Encantado (Aci-e) vem reunindo lideranças empresariais e do setor público para discutir a má qualidade deste serviço.
“Queremos cobrar soluções das operadores/concessionárias e buscar, inclusive, a participação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), cuja função é regular os serviços que são disponibilizados aos consumidores, sejam empresas ou cidadãos”, afirma a presidente da entidade, Renata Galiotto. “Mas até agora pouco se avançou nas melhorias do sinal”, desabafa.
O Poder Público e a Câmara de Vereadores aderiram à iniciativa dos empresários e também têm contribuído com ações que atendam ao objetivo. Um abaixo-assinado contendo depoimentos sobre a dificuldade de se comunicar através dos telefones celulares foi produzido e assinado por empresas de grande porte, pela prefeitura e pelos vereadores Sandra Vian, Marcelo Deves, Jonas Calvi, Adroaldo Conzatti, Luciano Moresco e Valdir Grooders. Enviado ao Ministério Público e ao Procon/RS, o documento também relata as dificuldades de se estabelecer negócios. “Precisamos de sinal de qualidade, porque realizamos negócios por telefone e por e-mail, e muitas vezes, por questões de segundos ou minutos, perdemos de fechar algum contrato, e isso enfraquece as empresas”, relata Renata.
Na última segunda-feira, dia 3, uma reunião realizada na sede do Poder Legislativo agregou novos adeptos da causa pró-telefonia. Segundo Renata, o problema saiu da alçada da Aci-e, e além de afetar empresas e negócios, está impactando todas as pessoas físicas e a comunidade. “Sabemos que o problema do sinal ruim é técnico, mas precisamos somar forças para mostrar para as operadoras e para a Anatel que Encantado tem graves problemas neste serviço”, reitera. A secretária executiva da Dália Alimentos, Ledi Giongo, complementa: “Sem comunicação não há desenvolvimento”. O presidente executivo da empresa, Carlos Alberto de Figueiredo Freitas, reiterou a dificuldade das empresas e manifestou apoio à causa.
Conhecedor da área de telefonia, o vereador Gustavo Scatolla lembra que, há alguns anos, uma operadora fez um levantamento geográfico para avaliar a possibilidade de investir na instalação de mais antenas no município. “Mas informaram que, pelo retorno obtido, não seria viável o investimento, e até hoje convivemos com uma estrutura precária, sem chance de oferecer excelência no sinal”, cita.
Audiência Pública
A proposta de realizar uma audiência pública foi acolhida por todos os participantes da reunião. O objetivo, de acordo com Renata Galiotto, é criar um instrumento de cobrança para a operadora e para a Anatel. “Precisamos elaborar uma ata, que servirá de base para o Ministério Público intervir junto às responsáveis”, frisa.
O encontro está marcado para o dia 19, às 20h, na Câmara de Vereadores. Todas as entidades de Encantado e dos municípios da região alta do Vale do Taquari estão sendo mobilizados. A líder empresarial reitera que é inadmissível que, em pleno ano de 2014 e no auge da era digital, os consumidores tenham que implorar para ter acesso a um serviço tão básico e indispensável como o da telefonia móvel. “Mas se para que ocorram melhorias é necessário nossa participação e mobilização, não nos furtaremos dessa luta que trará benefícios a toda a sociedade”, reforça.
Usuários precisam reclamar na Anatel
O vereador Luciano Moresco reitera que sem protocolos de reclamações junto à Anatel, a Agência não reconhece o problema no município. Ele relata que em 2013, juntamente com o colega Jonas Calvi e com o vice-prefeito José Calvi, esteve na sede da Anatel, em Brasília, levando os problemas da telefonia móvel em Encantado.
“Lá, recebemos a informação que, nos canais de reclamação dos consumidores, não haviam registros da má qualidade do serviço, o que, segundo a Agência, isso é de relevante importância para exigir melhorias das operadoras”, informa. Moresco defende a realização da audiência, mas reforça a importância de os usuários de linhas telefônicas reclamarem a precariedade do sinal e a consequente dificuldade de se comunicar via aparelho celular.
“Quanto mais protocolos gerarmos, mais força teremos para pleitear melhorias, e isso, somado à audiência pública e à intervenção do Ministério Público, fortalecerá a batalha”, resume. Para efetuar reclamações sobre a precariedade do serviço é necessário efetivar o registro junto à operadora e depois, com o protocolo, fazer o registro junto à Anatel. A ligação é gratuita e deve ser feita para o número 1331.