Em 19 de novembro é comemorado o Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino e, a cada ano que passa, constata-se o aumento no número de empreendimentos geridos por mulheres.
Atualmente, o Brasil é o sétimo colocado no ranking mundial de empreendedorismo feminino. A informação aparece em um levantamento da Global Entrepreneurship Monitor (GEM), realizado em 49 nações. São mais de 24 milhões de brasileiras com negócios próprios, gerando empregos e movimentando a economia.
As mulheres são capazes de obter resultados brilhantes à frente das empresas. A capacidade de liderança, determinação para perseguir objetivos, alcançar metas, superar dificuldades, agregada a sua sensibilidade intuitiva, visão holística e criatividade, determinam a evolução e destaque da mulher no meio empreendedor.
No entanto, é inegável que a vida particular das empreendedoras, a dupla jornada para conciliar a administração das atividades empresariais, cuidados com a casa, educação dos filhos, atenção e convívio familiar, as diferenciam quando se trata de igualdade de gênero.
A maioria das mulheres opta em empreender pela necessidade de contribuir financeiramente com as despesas da família e ter controle do tempo para conciliar atividades profissionais e domésticas. Micro e pequenas empresas, grande parte voltada para o ramo da alimentação e beleza, por serem atividades que as mulheres dominam mais, são as preferidas.
Embora, muitas vezes, o empreendedorismo seja uma alternativa de sobrevivência, as mulheres também são movidas pelo desejo de transformação, de superação, de experimentação e, principalmente, de realização.
Alguns desafios ainda são necessários ser superados pela mulher. O que a auxiliará a transpor estas dificuldades e ser bem sucedida é a mulher ter certeza de que empreender é realmente o que ela deseja, saber qual será o envolvimento e comprometimento exigido na função, os desafios impostos pelo mercado e pelo próprio empreendimento. Para seguir essa trajetória é necessário preparação e aperfeiçoamento contínuo, que possibilitem desempenhar uma gestão empresarial apropriada, além de acreditar na ideia, no negócio, na sua competência e agir em prol do seu objetivo.
Isso não implica dizer que a mulher deve ser perfeita, bem pelo contrário, é relevante ressaltar que, no mundo dos negócios, obstáculo e risco, assim como superação e realização, se fazem presentes, independentemente de ser administrado por homens ou mulheres.
A possibilidade de erro deve ser encarada como aprendizado, oportunidade para rapidamente ajustar estratégias e retomar os vetores em direção ao propósito estabelecido. Assim como as conquistas obtidas devem estimular e motivar para seguir em frente e como oportunidade de alavancar o negócio.
As mulheres empreendedoras precisam umas das outras, devem estar unidas, realizar troca de experiências, compartilhar conhecimento, buscar orientação e apoio para se fortalecerem, encontrar equilíbrio e consistência para o melhor desempenho pessoal e profissional para superarem os desafios impostos no dia a dia e serem felizes.
Participo do Núcleo de Mulheres SuperAção da Associação Comercial e Industrial de Encantado (ACI-E), grupo composto por 18 mulheres, que vem construindo junto alternativas para a melhoria continua na sua atuação profissional e como individuo, possibilitando dentro de uma relação de respeito e confiança se sentirem empoderadas, preparadas para enfrentar as adversidades, aproveitar oportunidades e inovar.
Diante do cenário vivenciado na atualidade, principalmente no pós-pandemia, para a retomada da economia e estabilidade social, a potencialidade da mulher no empreendedorismo e sua participação no desenvolvimento socioeconômico é fundamental. Mais do que nunca, o momento exige um olhar diferenciado nas políticas públicas, incentivo financeiro e meio empresarial para gerar condições da mulher empreender na sua plenitude.
Maria Cristina Castoldi
Empresária e presidente em exercício da ACI-E