Porto Alegre – As reiteradas falhas nos serviços prestados pelas concessionárias de energia elétrica motivaram representantes da Câmara da Indústria, Comércio e Serviços do Vale do Taquari, Conselho de Desenvolvimento do Vale do Taquari, Associação dos Municípios do Vale do Taquari, Associação dos Municípios do Alto Taquari, Associação dos Vereadores do Vale do Taquari e Sindicatos rurais a se reunirem em audiência com o Procurador de Justiça do Estado, André Ricardo Colpo Marchesan, do Ministério Público, nesta quinta-feira (25).
Dentre os problemas decorrentes da falta de energia elétrica que persistiu por quatro dias, destacam-se mais de mil unidades consumidoras, incluindo produtores de leite, frango e suínos. Houve transtornos em residências, onde a maioria dos adultos trabalha fora, resultando em crianças pequenas sendo levadas às creches ainda no escuro. Idosos e pessoas que necessitam de cuidados médicos também foram afetados, assim como aqueles com síndromes comportamentais agravadas pela falta de energia. Além disso, ocorreram perdas em alimentos, propagação de viroses devido à má conservação e danos em equipamentos elétricos.
Segundo o levantamento das entidades, milhares de empresas, incluindo microempreendedores individuais (MEI), de diversos setores, como indústria, comércio e prestação de serviços, contabilizam prejuízos incalculáveis. Atividades foram suspensas por dias, impossibilitando o cumprimento de prazos e resultando em significativa queda no faturamento.
O grupo solicitou providências para evitar novos episódios de falta de energia elétrica, propondo o desbaste sistemático da vegetação ao longo da rede elétrica, tanto em áreas rurais quanto urbanas – responsabilidade da concessionária. Outras medidas incluem um programa contínuo de substituição de postes, com prioridade para os deteriorados e ameaçados de queda, reforço e manutenção das linhas de transmissão, investimentos para garantir energia suficiente com qualidade, aumento do contingente de equipes técnicas para atendimento rápido de ocorrências, e investimentos na melhoria e agilidade no atendimento aos consumidores.
O presidente do Codevat, Luciano Moresco, explicou que o grupo levou um casal de produtores rurais de Doutor Ricardo, que relataram problemas devido à má qualidade do fornecimento de energia. Ficou acordado que as associações Amat e Amvat enviarão ofícios aos municípios solicitando a descrição dos problemas, não apenas em relação ao temporal da semana passada, mas também referentes a dificuldades recorrentes.
De acordo com Moresco, o procurador deve visitar a região para se reunir com os promotores locais e ouvir as demandas. No que diz respeito à RGE, o Ministério Público deve solicitar informações sobre as obras emergenciais e os prazos que a concessionária pretende cumprir.