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A floricultora Silvânia Maria Schwingel produz begônias, gerânios, ciclames, gérberas, ranúnculas, prímulas, entre outras, em três mil metros quadrados de área cultivada (Foto: Tiago Bald)

Cultivo de flores é alternativa para produtores de Santa Clara do Sul

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O município de Santa Clara do Sul, no Vale do Taquari, tem uma produção agrícola bastante diversificada, baseada, principalmente, na bovinocultura de leite. Na área rural quase todas as famílias produzem leite, mesmo que, em muitos casos, seja para consumo próprio. Foi por volta do ano de 2006, com o Projeto Flores, que muitos agricultores sentiram-se mobilizados para iniciar a cultura de begônias, gerânios, poliantas e outras espécies, como uma fonte alternativa de renda.

Na época, dez agricultores participaram de cursos, capacitações e reuniões técnicas promovidas pela Emater/RS-Ascar, pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e outras instituições. Visitas a floricultores de Ivoti, São Sebastião do Caí e de outras cidades que têm em sua tradição o cultivo de flores, foram o ponto de partida para o início da atividade em Santa Clara do Sul. De lá para cá, muitos desistiram. Mas os que permaneceram, colhem os frutos.

Uma delas é a floricultora Silvânia Maria Schwingel, da localidade de São Bento. Com três mil metros quadrados de área cultivada, produz begônias, gerânios, ciclames, gérberas, ranúnculas, prímulas, entre outras, que são distribuídas, semanalmente, para floriculturas dos vales do Taquari e Sinos, da grande Porto Alegre e da região de Santa Maria. O preço de cada vaso varia de R$ 3,50 os gerânios, até R$ 9 as begônias. As mudas vêm de lugares distintos como Nova Petrópolis e até de São Paulo.

Até 2004, Silvânia era bancária de carreira, tendo atuado, inclusive, como gerente do Banco do Brasil de Santa Clara do Sul. Após a aposentadoria, resolveu entrar para o ramo. “Meus pais são agricultores, então estava acostumada a lida do campo”, explica. A floricultora diz que a atividade é rentável, mas que exige cuidado permanente em seu manejo. É necessária atenção a adubação, a irrigação e a quantidade de sol que cada planta recebe. “Já perdi diversas mudas, simplesmente por terem ficado duas horas no mormaço”, lembra.

Mesmo com as dificuldades, mostra-se satisfeita com a sua produção. Com o dia das mães chegando, Silvânia comemora o aumento das vendas, que chega a quintuplicar em relação a outros meses. “Outras datas com grande movimento são Finados e Natal”, diz. A produtora já se prepara para a segunda edição do Santa Flor, evento que reunirá, entre os dias 19 e 22 de setembro de 2013, os produtores do município, com o objetivo de divulgar e comercializar os produtos. “A primeira edição, em 2011 foi linda”, recorda.

Mercado em crescimento

Para o engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar de Santa Clara do Sul, Alano Tonin, a floricultura se apresenta como uma excelente alternativa para a diversificação das propriedades rurais, especialmente pelo aumento de consumo do setor observado nos últimos anos. “É necessário que o nosso mercado cresça e se torne competitivo, especialmente se levarmos em conta que a maioria das flores que consumimos, ainda vem de São Paulo”, enfatiza.

Sobre a produção em Santa Clara do Sul, afirma serem apenas 14,6 mil metros quadrados de área cultivada, que representam 29 empregos diretos em cinco propriedades diferentes. Mesmo com números modestos em relação a outros municípios gaúchos, o clima favorável, especialmente para plantas resistentes ao frio, seria um atrativo para agricultores interessados em investir no negócio. “É uma atividade que exige qualificação constante, assistência técnica permanente e algum investimento, mas muito compensadora”, avalia.

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