Em julho a Languiru comemora datas importantes. No primeiro sábado do mês, este ano no dia 02, é celebrado o Dia Internacional do Cooperativismo; e no dia 25 de julho o Dia do Colono e do Motorista. O produtor rural, representado pela figura do colono, é a razão de ser da Cooperativa, são seus associados que produzem a matéria-prima que dá origem aos produtos da Languiru; já os motoristas possibilitam que tudo que é produzido chegue ao consumidor.
Entre a produção e a estrada
Quem conhece bem a realidade e a rotina da produção rural, além dos desafios da estrada, é o casal Jéssica Keil Egewardt (30) e Leandro Egewardt (33). Ela é produtora de aves, associada à Languiru desde 2021. Ele é motorista de caminhão, transporta suínos para a Cooperativa.
A propriedade fica em Linha Brasil, interior de Paverama. Jéssica divide o trabalho no aviário com o irmão Cláudio (23). A rotina inicia às 6h, quando arruma o filho mais velho para a escola. Depois, se encarrega dos afazeres com o aviário: alimentação, aquecimento, limpeza, movimentar as aves.
Leandro, quando pode, ainda ajuda a esposa com a produção, mas, em geral, o serviço fica entre ela e o irmão. Seu dia inicia mais cedo, quando embarca no caminhão. Durante a manhã, costuma levar cargas de desmame, depois leva os animais da creche à terminação.
Mais do que criar frangos ou transportar suínos, o trabalho do casal consiste em produzir e levar alimento à mesa de muitas famílias. Destacam que a relação com a Languiru funciona muito bem. “Desde o início sempre foram atenciosos. Na Cooperativa, um ajuda o outro”, conta Jéssica.
O desafio da estrada
Não adianta produzir matéria-prima se ela não for transportada. Por isso também é importante o trabalho do motorista. Leandro conta que foi um desafio transportar carga viva e que o trabalho é feito em equipe com os produtores. “Não consigo ser motorista sozinho, eu dependo deles, e eles dependem de mim”, destaca, citando ainda a segurança no trânsito. “Minha base sempre foi a família, eles estão esperando meu retorno para casa.”
Sucessão rural
A produção da família em Linha Brasil é feita por jovens, que seguem o caminho já trilhado pelos pais, os quais também foram associados da Languiru na produção de leite. Com dois filhos pequenos, Jéssica e Leandro optaram pela produção rural na esperança de que as crianças também desenvolvam gosto pela atividade. O pequeno Heitor, de sete meses, já observa a mãe na lida diária no aviário; Joaquim (4), quando está por casa, também demonstra gosto pelo campo.
Transportando um bem precioso
Nem só de levar matéria-prima e produtos finalizados vivem os motoristas que trabalham para a Languiru. Há quem transporte um bem ainda mais precioso: os empregados. Maristela Müller é motorista e há 16 anos trabalha na Trans Ilson. Hoje tem a função de levar os trabalhadores até o Frigorífico de Suínos, em Poço das Antas. “É a responsabilidade de estar todo dia lá para transportar as pessoas, que precisam do teu serviço. É poder ser útil”, considera.
Bom trabalho
Como em outras ocupações, Maristela relata que há dificuldades, até um pouco de preconceito por ser mulher no transporte coletivo, mas é uma boa profissão. “Você está transportando pessoas, elas têm horário para chegar, o trânsito às vezes não colabora, mas é preciso dirigir com responsabilidade e segurança para que cheguem bem. Por vezes é preciso cuidar mais dos outros do que de si mesma, sempre estar disposta para exercer teu serviço, sem erros “, afirma.
Claro que também há a parte boa, como as amizades pelo caminho. “Você conhece pessoas e histórias diferentes. É muito bom trabalhar como motorista”, conclui Maristela.
A cooperação que liga a todos
Todo esse sistema que liga produtores rurais, empregados, terceirizados, entre outros “atores”, só é possível por um fator: o cooperativismo. São seus princípios que fundamentam o trabalho da Languiru. O presidente Dirceu Bayer salienta que “o cooperativismo agropecuário é fundamental e movimenta a economia como um todo”.
Ele aponta que na região há uma estrutura cooperativista muito interessante, que congrega cooperativas de produção agropecuária, de crédito e de eletrificação, entre outros ramos como de saúde e transportes. “Temos um índice altíssimo de participação da população em alguma cooperativa”, enumera.
Conforme Bayer, o cooperativismo tem na sua essência valores que orientam, inclusive, as ações da sociedade em geral. “Cooperação, honestidade, lealdade, transparência e sustentabilidade são essenciais para a construção de um mundo melhor, além da ética, por meio da prática do bem, sem prejudicar o próximo”, conclui.