No dia 21 de novembro a CIC Teutônia realizou mais uma edição do seu tradicional Almoço Empresarial. Tendo por local o Auditório 03 da entidade, o evento contou com a palestra do escritor Klaus H. G. Rehfeldt, formado em Ciências Econômicas e Serviço Social, que abordou o tema “Prosperidade sem crescimento: um momento demográfico, decisivo e suas consequências”.
O palestrante apresentou dados estatísticos, exemplos e consequências do crescimento populacional negativo. “Nossa tarefa não é prever o futuro, mas preparar-nos para sua chegada”, frisou, detalhando projeções fundamentadas em vários aspectos de vida, como a família, a economia, a administração pública, a vida urbana e o Meio Ambiente.
Para Rehfeldt, “a qualificação, o lado emocional e a criatividade serão essenciais para se manter no mercado”. Nesse contexto, a prestação de serviços ganha espaço e relevância no cenário econômico. “Prestação de serviços é facilitar a vida do outro e a minha própria, e para isso não existe limite. Ou seja, a prestação de serviços é um futuro sem limites, basta ter imaginação, criatividade e controle emocional, atributos que nenhum robô será capaz de ter na substituição ao ser humano”, exemplificou.
A prestação de serviços, segundo o palestrante, é uma importante alternativa para uma futura redução da demanda por diferentes produtos. “Desenvolver as potencialidades de prestação de serviços abre um grande campo para o pequeno empresário. Diariamente surgem novas ideias para que o cidadão consiga se estabelecer e se firmar em diferentes nichos”, frisou.
Famílias menores
Analisando dados do último Censo Demográfico, Rehfeldt apontou para a redução das famílias. “A população idosa está vivendo mais, 60% dos óbitos são de pessoas com idade acima de 65 anos. Em 2030 o crescimento populacional brasileiro deve ser negativo. O município de Teutônia, com 31 mil habitantes, registrou aumento populacional médio de 1% ao ano na última década. Outro dado aponta para a redução da população rural e aumento da população urbana”, revelou.
A partir desse cenário, ele alertou para as mudanças da atual “sociedade de consumo”, com a redução de demanda por produtos. “Isso são projeções, e não previsões. Não vai acontecer da noite para o dia e será geográfica e temporalmente em momentos diferentes. Precisamos considerar essas projeções e, talvez, nossos atos futuros, avaliar nossas decisões empresariais”, apontou, acrescentando que a população vai viver melhor.
Redução de consumo
Entre exemplos de redução do consumo, mencionou a diminuição da frota de veículos. “Não é preciso imobilizar dinheiro em automóvel próprio, me basta ter o acesso à mobilidade urbana”, afirmou, citando o Uber autônomo em desenvolvimento e o serviço de locação de automóveis. “As montadoras deixam de vender carros para vender serviços de mobilidade urbana”, disse.
Nesse mesmo contexto mencionou a transformação do mercado imobiliário. “Existe um grande estoque de imóveis ‘encalhados’. O mercado imobiliário ainda não se deu conta dessa nova realidade, as pessoas ainda não acordaram para esta realidade. Será que ainda precisamos de tantos loteamentos e prédios cada vez mais altos?”, questionou.
Como sugestão, Rehfeldt falou de investimentos em qualidade em detrimento à quantidade. “A indústria está dispensando mão de obra continuadamente, é uma tendência irreversível. Tecnologicamente, qualquer produção pode ser robotizada ou automatizada. Se isso ainda não ocorre em alguns setores, é pelo fato de ainda contar com mão de obra barata. Infelizmente, muitas pessoas vão ‘ficar na estrada’ por falta de qualificação.”
Por fim, o palestrante ponderou que a redução da mão de obra vai ser beneficiada pela redução populacional. “Hoje, ninguém sabe se haverá trabalho para todas as pessoas, 8 horas pode dia, 365 dias por ano”, concluiu.