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Jornalista Daniel Scola defende a importância de as pessoas formarem opinião própria sobre tudo

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Lajeado – “Não temos mais espaços para erros! Se as coisas não entrarem nos eixos até início do ano que vem, não sei o que vai acontecer.” A afirmação, relacionada à vida política e à mobilização da comunidade, foi feita pelo jornalista Daniel Scola que palestrou na reunião-almoço (RA) desta quarta-feira (10.07) promovida pela Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil) e Grupo RBS.

 

A exposição, intitulada “Cenário atual, política e comunicação”, teve a presença de mais de 80 lideranças empresariais, comunitárias e políticas. Scola diz que o público possui dificuldade em ouvir opiniões contrárias as suas. Entende que as pessoas deveriam estar mais abertas para formar opiniões mais consistentes. “O nosso jornalismo busca agregar conteúdo que possa fazer diferença na vida das pessoas.”

 

Verdade

No início de sua fala, Scola comparou o jornalismo de há quatro anos com o atual. Explicou que, no passado, ao chegar à redação, o profissional recebia a pauta pronta e então buscaria fontes e dados para complementar a reportagem. Hoje, o acesso a informação é instantâneo e a possibilidade de geração de conteúdo é gigante. “O papel fundamental da imprensa é a verdade. Ela nunca foi tão necessária como agora,” afirma.

 

Caminhos

Para Scola, a imprensa enfrenta três caminhos delicados.

 

1) Transformação do negócio: que consiste na maneira como é feito o jornalismo. “O jornalismo hoje é diferente do que se fazia há seis meses e, provavelmente, vai ser diferente daqui a seis meses. A maneira com que as pessoas absorvem informações muda constantemente e temos que acompanhar”.

 

2) Crise financeira: expressou sua “esperança” de que o Brasil tenha um plano estruturado para se recuperar. Isto vai se refletir nos veículos de comunicação, também, que vão se beneficiar com o fim da recessão.

 

3) Credibilidade: é o pilar que sustenta o negócio. “As pessoas só vão continuar consumindo nosso conteúdo se tivermos credibilidade. Para isso, é necessário buscar histórias, verificar a veracidade, saber a procedência, certificar se vai fazer a diferença na vida das pessoas e transferi-las ao público”.

 

Política

De acordo com Scola, chegamos em um momento tênue da política brasileira.  “Estamos vivendo uma guerra, que começou anos atrás, alimentada pelo PT; continuou com outros partidos e acontece até agora. O que nós precisamos hoje é de líderes políticos que consigam fazer a modelação de discurso e entrar em consenso.”

 

Sobre a política do estado, o palestrante afirma que, finalmente, “as forças políticas acordaram para o realismo financeiro do estado, sobre a necessidade de rediscussão do seu tamanho e de outros fatores importantes”. Segundo dados, 70% do valor arrecadado hoje pelo estado é para pagar a folha de servidores. “A verba é carimbada, o investimento é zero, o que resulta na trava do desenvolvimento”.

 

Divisão

Abordando as eleições presidenciais de 2018 e a divisão existente do país, Scola afirmou que tinha esperança de que viria a calmaria após a transição de poder. Mas, infelizmente não é o que está acontecendo. “Temos hoje no país 39 partidos políticos. E existem 78 novas siglas partidárias em tramitação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Há uma grande desorganização partidária no país, é uma guerra interna”.

 

Caso Moro

Sobre a comunicação na Operação Lava Jato e a situação do ex-juiz da operação Sérgio Moro, Scola reconhece que a operação foi a mais importante que aconteceu em combate à corrupção no Brasil. “É a mudança de paradigma na administração púbica que vai entrar para a história”. Porém, ele entende que Moro se equivocou ao aceitar o convite para ser ministro. Defende que ele deveria ter permanecido à frente da Lava Jato até o seu final, o que lhe daria maior credibilidade e o deixaria isento de julgamentos políticos.

 

Após sua apresentação, Scola, acompanhado da presidente da Acil, Aline Eggers Bagatini, e da coordenadora de Jornalismo da RBS TV dos Vales, Francine Rabuske, respondeu às perguntas dos participantes.

 

Realização

As RA de 2019 da Acil têm o apoio de Bebidas Fruki, BRDE, Dalva Pohren Serviços Contábeis, Excellence Garçons, Grupo RBS, Invictos Ar Condicionados e Refrigeração, Lyall Construtora e Incorporadora, Olicenter, Planus Arquitetura e Sicoob Meridional, Star Som, Luz e Imagem e Weiand Hotel.

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