Lajeado (RS) – A Câmara da Indústria, Comércio e Serviços do Vale do Taquari (CIC VT) participou nesta terça-feira (27) de uma audiência com os vereadores de Lajeado para tratar de temas fundamentais relacionados ao bloco 2 de concessão rodoviária e à implantação do sistema Free Flow nas estradas que cortam a região.
Durante o encontro, o diretor da CIC VT, Leandro Eckert, destacou a importância da infraestrutura como fator decisivo para o desenvolvimento econômico local. Segundo ele, “não vamos ter desenvolvimento se não tivermos ampliação da infraestrutura”. O dirigente enfatizou que o atual modelo de concessão e o sistema tradicional de pedágio podem comprometer o fluxo eficiente de pessoas e mercadorias no Vale do Taquari.
Leandro citou como exemplo a visita ao Cristo Protetor de Encantado, uma das principais atrações turísticas da região. “Nos colocamos no lugar de um visitante: se ele ficar parado num engarrafamento, na fila do pedágio, perde a experiência positiva da viagem. Com o Free Flow, ele pode transitar rapidamente pela rodovia, sem interrupções”, explicou.
Entre as principais vantagens do sistema Free Flow, o diretor ressaltou a distribuição mais justa da tarifa. De acordo com ele, o custo da obra é diluído de forma mais equitativa entre todos os usuários, que pagam conforme a distância percorrida e não por ponto fixo de cobrança.
Leandro também explicou aos parlamentares a importância do cálculo do volume de tráfego, destacando a contratação de uma empresa especializada na medição de Volume Diário Médio (VDM). “Esse levantamento nos permitirá ter a maior assertividade possível sobre o número de veículos que passam por dia, assegurando a precisão necessária para o planejamento da concessão”, afirmou.
Outro ponto defendido pela CIC VT foi a necessidade da duplicação de trechos rodoviários, medida vista como essencial para garantir segurança viária e fomentar o desenvolvimento regional.
O ex-presidente da CIC VT, e atualmente conselheiro superior da Federasul e da Acisam de Arroio do Meio, Ardêmio Oreno Heineck, destacou durante o encontro a histórica desvantagem logística do Rio Grande do Sul, especialmente pela sua localização geográfica, que eleva os custos operacionais e dificulta a competitividade em relação a outras regiões do país, como a Metropolitana. Ressaltou a importância de investimentos em infraestrutura, especialmente rodoviária, para que a região consiga manter empresas, atrair novos investimentos e garantir desenvolvimento.
Heineck também mencionou o trabalho regional que vem sendo realizado há anos para ajustar o modelo de pedágio, tornando-o mais justo e transparente. Defendeu a necessidade de garantir tarifas adequadas, sem onerar excessivamente a população, e reforçou a importância da parceria entre a sociedade civil e os políticos locais, como os vereadores, para fortalecer projetos que visem ao desenvolvimento sustentável da região. Por fim, enfatizou que a falta de informação ainda é um desafio, sendo essencial investir na sua qualificação para envolver melhor a população nos debates.