Presidente da Languiru, Dirceu Bayer, apresenta projeto de transformação da Cooperativa em reunião-almoço
No dia 18 de janeiro associados, imprensa, instituições financeiras, prefeitos e secretários municipais, lideranças, cooperativas coirmãs, entidades associativas e ligadas ao agronegócio participaram de reunião-almoço com o presidente da Languiru, Dirceu Bayer. Em pauta, a apresentação do programa de reestruturação da Cooperativa e sua projeção de resultados. O evento ocorreu no Pavilhão Social da Associação dos Funcionários, em Teutônia, e reuniu mais de 500 pessoas. O tema também já havia sido pauta de reunião exclusiva para o quadro social, realizada em dezembro.
“Nova Languiru e sua transformação”
Bayer detalhou o projeto “Nova Languiru e sua transformação”, com ações desenvolvidas e planejadas no enfrentamento ao cenário econômico de dificuldades, especialmente no segmento da proteína animal. “Mesmo com todas as adversidades, estamos preparados para enfrentar qualquer tipo de dificuldade futura. Com planejamento, tomamos decisões estratégicas, apresentando os resultados projetados com essas ações. Procuramos reduzir o atual impacto negativo, principalmente das carnes de aves e de suínos, enfatizando, nesse momento, o segmento de grãos e de carne bovina, além do leite, varejo e outros setores que não dependem das carnes”, avaliou o presidente. Se em 2022 os segmentos aves e suínos representavam cerca de 43% do faturamento da Cooperativa, este ano o percentual de participação deve ser de 35%, redução essa que deverá ser suplantada por outros segmentos.
A maior crise da história no segmento das carnes, o alto custo das commodities e a perda do poder de compra do consumidor foram o centro da explanação, com Bayer demonstrando otimismo na superação dos desafios. “Olhamos para frente com confiança. A crise das carnes não é uma particularidade da Languiru, outras empresas do setor também passam por dificuldades, mas nós tivemos a coragem de expor a situação. Na Cooperativa, apesar da nossa diversidade de negócios, o impacto da produção de aves e suínos é muito grande. Investimos ao longo do ano com o intuito de ampliar o mix de produtos de valor agregado, o que também nos possibilita acessar novos mercados internacionais. Ao mesmo tempo, o investimento na área portuária de Estrela é um grande passo para o ingresso da Languiru no segmento de grãos, que tem tido excelentes resultados nos últimos anos”, enumerou.
Transparência
Bayer valorizou a transparência nas ações da Languiru, colocando-se à disposição dos associados para dirimir qualquer dúvida. “Também as lideranças políticas e imprensa precisam saber a atual situação. Quando falam que o agronegócio é o pilar da economia brasileira, de fato o é, mas isso está centrado na produção de grãos. Esquecem-se da indústria de transformação, que agrega valor à matéria-prima, que transforma o grão em alimentos na mesa dos consumidores, setor que passa por extrema dificuldade”, disse.
A partir da “reengenharia” adotada, a estimativa do presidente é de que os resultados comecem a aparecer ainda no primeiro trimestre de 2023. “Tomamos medidas para nos posicionarmos melhor. Se somos a primeira a tomar atitude, também seremos a primeira a sair da crise”, frisou.
O presidente também apresentou indicadores que refletem os resultados econômicos da estratégia implantada. “Estamos nos adaptando e, com isso, conseguimos otimizar resultados mensais. Com coragem, fazemos o necessário, usando o momento de crise para podermos nos enquadrar a uma melhor situação.” As ações em curso, conforme o presidente, já impactam em mais de R$ 9 milhões no resultado mensal da Cooperativa.
Bayer reafirmou que, a partir de agora, com atenção especial aos grãos e ao mercado de carne bovina, “a Languiru estará muito mais completa”, citando como exemplo cooperativas coirmãs do Paraná, que também contam com a indústria de transformação, mas cujo maior resultado provém do segmento de grãos. “Vamos superar esse momento difícil. Estamos enfrentando a crise e os resultados virão. Teremos uma Languiru diferente, até porque o modelo que vínhamos trabalhando, após a pandemia, mostrou que não é mais o ideal. Estamos todos muito empenhados, não vamos desestruturar o nosso negócio na produção de carnes, mas estamos preparados e buscando alternativas”, concluiu, pregando o otimismo e agradecendo o voto de confiança.
Por fim, ainda valorizou as diferentes modalidades de venda de grãos à Languiru, destacando as vantagens para quem opta em receber o pagamento com prazo maior (remuneração do grão superior ao juro de poupança).
Otimismo
Associados aprovaram as ações da Cooperativa nas suas manifestações. Lideranças também se posicionaram.
O vice-presidente da Languiru, Cesar Wilsmann, se disse otimista com os resultados das mudanças implementadas pela Cooperativa. “Contamos com pessoas capazes, e temos o apoio do quadro social. O ingresso, com força, no segmento de grãos é um grande passo, acreditamos muito nisso.”
Valdecir Folador, presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), se colocou à disposição para auxiliar como entidade representativa. “Como presidente da Acsurs e como suinocultor, entendo o momento. As vezes precisamos dar um passo para trás para pegar impulso e darmos novos passos para frente”, disse, mencionando reuniões e ações pontuais para tratar da situação da suinocultura.
Nessa mesma linha partiu o pronunciamento do superintendente do Sistema Ocergs, Gerson Lauermann. “Infelizmente, algumas notícias só viram notícia por serem negativas, por isso essa é uma reunião esclarecedora. Quando investimos, contratamos e crescemos, muitas vezes não temos o mesmo espaço na imprensa. É preciso inverter esse processo, precisamos mostrar o quanto o cooperativismo participa da economia gaúcha, gerando impostos, empregos e renda. Crises são cíclicas, essa não será a última, mas vai passar”, frisou, parabenizando pela atitude e transparência.
O prefeito de Estrela e presidente da Associação dos Municípios do Vale do Taquari (AMVAT), Elmar Schneider, referendou a necessidade do apoio político ao agronegócio e às cooperativas, ao mesmo tempo em que chamou atenção para representatividade do Vale do Taquari no Governo do Estado e lamentou a ausência de candidatos da região eleitos como deputados estaduais ou federais. “Está na hora de nos darmos mais valor, temos muitas coisas boas que servem de exemplo para outras regiões. Precisamos falar a mesma linguagem, fazer o ‘tema de casa’, somos muito melhores do que pensamos. Os cofres públicos do Estado e dos municípios passam muito pelas mãos dos nossos agricultores e cooperativas do Vale do Taquari.”